A WebSummit regressa a Portugal pelo segundo ano consecutivo e o NEETI volta a estar presente. Para que não percas nada deste grande evento. Temos em campo 5 elementos para o acompanhar: Daniela Tinoco, Tiago Martins, Zé Pedro Gomes, Tomás Jacob e André Nobre. Podes seguir-nos através do nosso instagram (@neeti_ist) e ver o resumo diário aqui no blog.
Na WebSummit existem duas grandes áreas: o Palco Principal (Center Stage), localizado na Altice Arena, e os 4 pavilhões onde podemos encontrar os stands das empresas e startups, os palcos secundários sobre os mais diversos temas relacionados com a tecnologia e os palcos dos pitch onde ideias inovadoras são apresentadas a possíveis investidores e ao júri do concurso de startups.
O ambiente vivido no primeiro dia foi de animação e euforia, por ser a primeira vez nesta cimeira para alguns, ou pelo reviver da experiência do ano passado para outros. Tanto o palco principal como os 4 pavilhões estiveram lotados de participantes durante todo o dia. Tivemos oportunidade de assistir a algumas talks e vamos em seguida falar um pouco sobre algumas delas.
No Center Stage, Max Tegmark, professor no MIT e presidente do Future of Life Institute, trouxe-nos um ponto de vista sobre as vantagens e os perigos que a Inteligência Artificial pode proporcionar à Humanidade, e que os chavões para que os humanos possam vencer na corrida pela sabedoria contra as máquinas passam por investir na pesquisa e segurança desse tipo de inteligência para criar sistemas robustos e confiáveis, assegurar que a riqueza gerada por ela seja em prol de tornar a vida dos humanos melhor e que todo e qualquer tipo de armas autónomas sejam banidas. A este palco regressou ainda a robô “Sophia”, desta vez acompanhada pelo robô “Einstein”, e que em conjunto com o seu criador, Ben Goertzel da Hanson Robotics, mantiveram um diálogo sobre o futuro da humanidade na presença de robôs.
O CEO da Waymo, uma empresa focada na produção de carros “auto-conduzidos”, apresentou também no Center Stage o primeiro carro sem condutor a circular na via pública. Apesar de ter sido apenas um teste numa cidade no Arizona, John Krafcik garante que tem como grande objetivo que esta tecnologia seja aplicada não só a mais cidades dos Estados Unidos, mas também por todo o mundo, usando um sistema capaz de responder às necessidades, confiável e seguro. Através de uma poderosa combinação de sensores como lasers, radares e camaras de alta resolução este carro totalmente automatizado têm uma visão a 360º do mundo que o rodeia, com capacidade de detetar aspetos escondidos ao olho humano.
Num palco mais dedicado ao Software as a Service, decorreu um debate entre o CEO da Threatscape, Dermont Williams, e uma comissária da Comissão Federal de Comércio, Terrell McSweeny, acerca da relação entre a privacidade dos utilizadores e a segurança. Dermon defendeu a ideia de que devemos ceder alguns dados pessoais em prol da segurança informática, não só porque assim existe a possibilidade de, por exemplo, evitar ataques terroristas devido ao conhecimento prévio dos mesmos, mas também porque já que permitimos que tantas empresas, donas de aplicações que usamos no dia-a-dia, tenham acesso a dados que temos nos nossos dispositivos, porque não permiti-lo a entidades ditas competentes. Por sua vez, Terrell acha que as pessoas não devem em caso algum abdicar da sua privacidade e no caso de ter de o fazer, toda a gente deve saber exatamente que dados está a fornecer, a quem está a fornecer e com que propósito o está a fazer, argumentos estes que conquistaram a unanimidade da audiência e lhe deram a vitória no debate.
Num outro “palco”, mais dedicado ao desporto, várias figuras deste ramo falaram sobre a importância que a tecnologia tem no desporto, nomeadamente sobre a monitorização que é feita aos atletas utilizando meios tecnológicos, permitindo não só aferir dados relativos ao estado atual do atleta e em que medida se deve atuar para aumentar o seu desempenho, como também criar bases de dados de atletas para analisar o seu desenvolvimento. Participaram neste contexto executivos, dirigentes, jogadores e ex-jogadores de futebol e basquetebol, e ainda membros de federações desportivas internacionais.
Por fim, fazendo uma referência a um outro palco mais relacionado com a robótica, Martin Hofmann, Vice-Presidente executivo do grupo Volkswagen, anunciou que a empresa está a usar computação quântica num projeto piloto na China que permite prever problemas de trânsito antes que estes aconteçam, descobrindo rotas alternativas para evitar os mesmos, e ainda otimizar as baterias dos carros. No mesmo palco, Aimee van Wynsberghe da Fundação para a Robótica Responsável, levantou várias questões sobre os direitos dos robôs, o que a levou a chegar à conclusão que existem legislações que têm de ser preparadas e questões de ética que têm de ser estudadas antes da chegada de robôs mais complexos ao terreno.
Fotografia © André Nobre
Fotografia © André Nobre
